sábado, 16 de outubro de 2010

Em busca da acessibilidade no Turismo

FONTE: http://floripamanha.org/2010/09/em-busca-da-acessibilidade-no-turismo/
 21/09/10
Em três anos, Santa Catarina quer se tornar referência em turismo acessível. A meta faz parte de um projeto da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte que pretende transformar Camboriú e Garopaba em destino turístico para pessoas com necessidades especiais.
O Estado começa, hoje, uma luta para tornar o turismo acessível para pessoas com necessidades especiais.
Um projeto pretende tornar Santa Catarina referência e destino turístico no que diz respeito a um público que sofre limitações físicas e tem vontade de conhecer novos lugares.
O primeiro passo é o mapeamento e o diagnóstico da acessibilidade de cada cidade. Em Camboriú, a etapa inicia hoje, Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, enquanto que em Garopaba as atividades começam no dia 2.
A estimativa é que a primeira fase esteja concluída em até dois meses. O estudo vai apontar quais melhorias, estratégias e modificações necessárias, e também fornecerá uma estimativa de custo de cada item. A partir daí, serão definidos com as prefeituras os pontos prioritários que serão encaminhados para a arrecadação de recursos em 2011.
Garopaba vai privilegiar o segmento sol e mar. Camboriú, o turismo rural. De acordo com a gerente de Políticas de Turismo da secretaria, Elisa Wypes Sant’Ana de Liz, paralelamente vão ser feitos levantamentos do número de pessoas que possuem necessidades especiais ou problemas de mobilidade nas duas cidades.
Temos que tornar os destinos acessíveis. É o primeiro passo que Santa Catarina dá num projeto de gestão responsável na acessibilidade. Automaticamente, outras demandas surgirão a partir disso – destaca Elisa.
O estudo avaliará itens como edificações de uso público ou coletivo, ruas, praças, parques e pontos turísticos. Também serão analisados o transporte coletivo e os serviços como rede hoteleira, restaurantes e lojas.
Quase 25 milhões de pessoas com necessidades especiais
O último Censo de IBGE (2000) aponta que 14,48% da população brasileira possui algum tipo de necessidade especial. São quase 25 milhões de pessoas que apresentam alguma deficiência mental, física, auditiva, visual ou motora. Em Santa Catarina, a percentagem é de 14,21%, o que representa mais de 760 mil habitantes. Para Edison Passafaro, consultor em mobilidade urbana, tecnologia assistiva e inclusão, apesar dos números, a realidade é de exclusão. Ele diz que isso pode mudar se a legislação passar a ser cumprida.
A inclusão social passa pela econômica. Sem mobilidade, eu não tenho formação e, com isso, não tenho emprego, muito menos renda. Se o governo investir em infraestrutura, eu inverto essa regra do jogo. Vou ter formação, qualificação e, consequentemente, minha própria renda. Isso é inclusão social – enfatiza.
(Por MELISSA BULEGON, DC, 21/09/2010)

O caminho é a preparação
De acordo com Carlos Cappelini, os municípios catarinenses precisam se preparar para a acessibilidade turística. Sócio-diretor da empresa Girus Soluções em Turismo, organizadora do 1º Seminário Catarinense de Turismo Acessível realizado na semana passada, em Florianópolis, ele diz que há iniciativas pontuais em algumas cidades, como Joinville, mas não com a infraestrutura exclusivamente voltada para o turismo.
Queremos que essas pessoas tenham a liberdade de se deslocar para onde quiserem. Para isso, primeiro é preciso que a cidade seja acessível para quem mora nela. A gente não vê essas pessoas porque estão em casa devido à falta de mobilidade – destaca.
Na Capital, por exemplo, a Catedral é o ponto turístico que está mais preparado. No entanto, as adaptações estão voltadas para os cadeirantes, com a construção da rampa de acesso, e não beneficiam quem é cego ou surdo, por exemplo. Segundo Cappelini, é preciso que os espaços atendam às diferentes necessidades: física, auditiva, visual ou motora.
O agente de viagens e consultor de acessibilidade e inclusão, Ricardo Shimosakai, paraplégico desde 2001, sentiu as dificuldades de locomoção em Florianópolis antes mesmo de deixar o aeroporto.
Há muitas coisas com problemas, como piso tátil com dimensões erradas e sinalizações incorretas. Muitas vezes, as adaptações são feitas sem orientação e acompanhamento técnico, e acabam induzindo as pessoas com necessidades especiais ao perigo. Ou seja, gastou dinheiro e não serviu para nada – alerta.
(DC, 21/09/2010)
Ações efetivas
Entidades e órgãos no Estado planejam incentivar cada vez mais as ações para o segmento. A intenção é provocar uma mudança na percepção do turismo voltado a pessoas com necessidades especiais.
Sabíamos da existência desse público, mas o tamanho e a relevância eram desconhecidos. As informações vão ser repassadas para nossos associados e vamos ficar atentos a esse segmento, que deve crescer ainda mais daqui para frente – diz Fábio Queiroz, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Santa Catarina (Abrasel).
Para a diretora executiva do Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau (FC&VB), Maria Cláudia Evangelista, todo o país precisa avançar muito ainda na questão. O acesso ao patrimônio cultural e turístico é direito universal, e criar condições para isto, é fundamental:
Vamos estimular o debate, incentivar as empresas a se adaptarem e orientar os novos empreendedores a já planejarem seus projetos dentro do ideal, que é o desenho universal.
(DC, 21/09/2010)

Aventura especial

A Estância Hidromineral de Socorro (SP), localizada na região do Circuito das Águas Paulista, foi estruturada para se tornar referência no setor Aventura Especial. Das 24 modalidades esportivas disponíveis no local, oito são completamente adaptadas para atender pessoas com necessidades especiais. Além disso, foram feitas adaptações em serviços de hospedagem, restaurantes e atrativos turísticos. Em 2009, houve um aumento de 20% nas operações turísticas em relação a 2008.
O jornalista e fotógrafo Dadá Moreira participou do estudo de viabilidade na cidade paulista e também contribuiu para que o Ministério do Turismo reconhecesse a aventura especial como segmento.
Há 14 anos, ele passou a conviver com a ataxia espinocerebelar, uma doença neurológica degenerativa que afeta o equilíbrio, a coordenação motora fina, a fala e a visão. Mas o problema não o impediu de praticar esportes de aventura, como salto de paraquedas, rafting, rapel, canoagem, trekking e boiacross.
Hoje, o fundador da ONG Aventura Especial viaja por todo o Brasil para dar consultoria na área. Na semana passada, Dadá foi conhecer as opções de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, onde praticou rapel e rafting.
A prática de esportes desacelerou o processo degenerativo da minha doença. Como isso estava me ajudando, coloquei as informações na internet e percebi o quanto mais pessoas têm desejo de fazer o mesmo que eu. É um mercado que tem que ser trabalhado.
(DC, 21/09/2010)

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